Política

Governador aproveita simpósio da Segurança Pública para reforçar pedido de penas mais duras para o crime organizado

O governador Mauro Mendes (UNIÃO) aproveitou a presença de juízes, desembargadores e deputados no evento da Segurança Pública e Operações Policiais Especiais, em Cuiabá, para novamente cobrar penas mais severas para o crime organizado, principalmente para evitar que haja reincidência de criminosos na sociedade.
O Executivo voltou a lembrar que Mato Grosso é o estado que mais investe em equipamentos, viaturas, armamentos e no pessoal. Porém, na visão do governador, aprimorar o aparato material do estado resolve a equação, mas apenas em curto prazo.

Durante o discurso, tanto Mauro quanto o secretário de Segurança do estado César Roveri lembraram dos investimentos feitos na segurança pública, tal como a criação do programa Vigia MaisMT e a aquisição de armamento para os policiais, bem como os 45 fuzis entregues para as Forças Táticas e Rotam, que foram  enviados para diversas regiões do estado.

Porém, mesmo com tantos investimentos, o governador lembrou que tudo isso gera resultado apenas em um curto espaço de tempo, amedrontando as organizações criminosas e equiparando as forças balísticas. Todavia, o que realmente pode mudar a segurança é uma mudança nas leis penais brasileiras. O governador chegou a comparar com a Lei Seca, que após aumentar os valores das multas aplicadas conseguiu reduzir o número de pessoas que insistem em dirigir sob a influência de bebidas alcoólicas.

“O único caminho é mudar duramente a legislação. Uma lei inteligente muda o comportamento de uma sociedade, temos que desestruturar as cadeias do crime. Se tivermos uma pena dura, por exemplo para o receptador, quantos jovens não serão salvos? No dia que tiver pena dura, ninguém terá coragem de comprar algo roubado porque ele sabe que se for pego tem uma pena dura e que se for rápida ele não vai fazer”, disse o governador.
Além das críticas feitas às leis, o governador aproveitou para fazer mea culpa e, ao mesmo tempo, elogiar os investimentos feitos no sistema penitenciário do estado. Projetando que Mato Grosso pode chegar a zerar o déficit penitenciário estadual, tendo vagas para os reeducandos, disse que ainda é inadmissível que alguns presos ainda consigam comandar o crime organizado de dentro da cadeia, fato este que justifica ainda mais o endurecimento das penas aplicadas.

“Se não tivermos a capacidade de atacar esse problema de forma mais estratégica e cada um fazer o seu papel, Judiciário, Legislativo e Executivo, mas se nada mais inteligente for feito, provavelmente daqui 10, 20, 30 anos quem me suceder vai falar que tudo piorou. Até quando devemos piorar para perceber que devemos mudar a forma de atuar?”, questionou o governador