Política

Candidatos a presidente lamentam morte por ódio político em MT

Os candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano lamentaram, nas redes sociais, a morte violenta do trabalhador rural Benedito Cardoso dos Santos, 44 anos, na quarta-feira (7), por desavença política, em Confresa.

O único a não se manifestar ainda foi o presidente e candidato a reeleição Jair Bolsonaro (PL). Benedito, que era apoiador do ex-presidente Lula (PT), foi morto a facadas por Rafael Silva de Oliveira, que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL), durante uma discussão política.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que recebeu a notícia com tristeza e disse que a “intolerância” tirou mais uma vida no País.

“É com muita tristeza que soube da notícia do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, na zona Rural de Confresa. A intolerância tirou mais uma vida. O Brasil não merece o ódio que se instaurou nesse País. Meus sentimentos à família e amigos de Benedito”, disse o ex-presidente. Veja postagem AQUI.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) apontou que o trabalhador rural foi vítima de “guerra fratricida” e que é “semeada por uma polarização irracional”.

“Mais uma vítima da guerra fratricida, semeada por uma polarização irracional e odienta que pode inundar de sangue o nosso solo. Abaixo a violência política. O Brasil quer paz!”, disse em sua conta do Twitter. Veja post AQUI.

Já a senadora Simone Tebet (MDB), que também disputa a eleição, disse que o chefe de Estado deve “clamar por paz e união” e pediu que as brigas políticas sejam cessadas. 

“O presidente, como representante do povo, precisa clamar por paz e união. A incitação ao ódio leva à violência, que faz mais uma vítima. Chega de briga! Chega de divisão! Enquanto eles separam o Brasil, nós vamos uni-lo com amor e coragem!”, disse a emedebista. Veja post AQUI.

A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) classificou o ato como retrocesso e bárbarie. “Estamos regredindo de mãos dadas c/ a barbárie. Tem gente morrendo no Brasil por causa de adversidade política e partidária. Enquanto eles brigam, quem apanha é o povo brasileiro. Envergonham o País c/ corrupção, nos distraem c/ a polarização e, além disso, derramam sangue alheio”, disse. Veja post AQUI.

O candidato do Novo à presidência, Felipe D'Ávila, prestou condolências a família de Benedito e disse que é preciso pacificar o país. "Numa democracia real, divergências políticas são resolvidas com diálogo e respeito. Não é o que temos visto no Brasil, infelizmente. E quando a política é tomada pela violência, significa que caminhamos rumo à barbárie. Lamento o crime brutal ocorrido em Mato Grosso", disse. Veja o post AQUI.

O candidato Constituinte Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB) e a candidata Vera (PSTU) não haviam se pronunciado sobre o caso até o fechamento dessa matéria.

Os comentários dos presidenciáveis foram feitos após o caso ganhar repercussão nacional nesta sexta-feira. Rafael Silva de Oliveira foi preso em flagrante ao confessar que esfaqueou e chegou a dar uma machadada no pescoço de Benedito após uma discussão política.

O caso

O crime aconteceu em uma fazenda a 34 km de Confresa na noite do feriado de 7 de setembro, onde os dois trabalhadores rurais iniciaram uma discussão, cada um defendendo seu candidato.

Conforme Rafael confessou à polícia, foi Benedito que atacou-o primeiro, com um soco no rosto e depois com uma faca, mas ele tomou a arma do outro. Ao tomar a faca do desafeto, iniciou-se a cena de extrema violência. Benedito levou ao menos 15 facadas no rosto, peito e costas e um golpe de machado no pescoço. O corpo de Benedito foi encontrado por uma testemunha na manhã de quinta-feira.

Na quinta-feira, ele passou por audiência de custódia e o juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, da 3ª Vara da Comarca de Porto Alegre do Norte, manteve sua prisão. 

Ele será indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio cruel.