Polícia

Sorriso: Familiares e policiais são ouvidos em primeira audiência de chacina de mãe e três filhas

A primeira audiência do caso da chacina de Sorriso, que vitimou quatro mulheres da mesma família, aconteceu na tarde desta quinta-feira (02.05) e se estendeu até a noite.

Em sua rede social, o advogado da família, informou que existe a previsão para que 11 testemunhas sejam ouvidas, sendo três familiares da vítima e oito policiais civis e militares.

O pai e marido das vítimas, Regivaldo Batista, foi uma das pessoas que irá falar em juízo sobre o caso, que estarreceu o Estado. O criminoso Gilberto dos Anjos, que confessou ter matado Cleci Calvi Cardoso e as filhas Miliani,
Manuela e Melissa Calvi Cardoso, também será ouvido.

Após a audiência de instrução, o juiz responsável irá decidir se o réu enfrentará o Tribunal do Júri ou não.

Indiciamento

Pela morte de Cleci Calvi Cardoso, 46 anos, o assassino vai responder por estupro e por homicídio qualificado pela crueldade; recurso que impossibilitou a defesa da vítima; agiu para garantir a execução de outro crime; e com menosprezo pela condição de ser mulher.

No caso de Miliane Calvi Cardoso, 19 anos, foi indiciado por estupro e homicídio qualificado pela crueldade; recurso que impossibilitou a defesa da vítima; agiu para garantir a execução de outro crime; e com menosprezo pela condição de ser mulher.

Pela morte de Manuela Calvi Cardoso, 13 anos, o bandido vai responder por estupro de vulnerável e por homicídio com 5 qualificadoras: crueldade; recurso que impossibilita a defesa da vítima; para garantir a execução de outro crime; menosprezo pela condição de ser mulher; e crime contra vítima menor de catorze anos.

Pelo assassinato de Melissa Gabriela Cardoso, de apenas 10 anos, foi indiciado por homicídio qualificado por asfixia; recurso que impossibilitou a defesa da vítima; para garantir a impunidade de outro crime; menosprezo pela condição de ser mulher; e crime contra vítima menor de catorze anos.

O crime

As vítimas foram mortas na sexta-feira (24), entretanto os corpos só foram localizados na segunda-feira (27), mesmo dia em que Gilberto foi detido. O bandido trabalhava em uma obra ao lado da casa das vítimas.

Na noite de sexta, ele invadiu o imóvel pulando a janela do banheiro e cometeu os crimes. Em seguida, voltou para a obra, retirou as roupas sujas de sangue e guardou em um contêiner. Na segunda-feira, quando a polícia chegou no local, ele agia normalmente, como se fosse apenas mais um popular “curioso” sobre o crime, assistindo a cena com os colegas de trabalho. Quando a polícia realizou diligências na obra, ele apresentou apenas a cópia da identidade como documento.

Durante checagem dos dados pessoais, a equipe policial apurou que contra ele havia dois mandados de prisão em aberto, um pela Comarca de Lucas do Rio Verde por crime sexual, e outro pela Comarca de Mineiros, em Goiás, pelo crime de latrocínio. Questionado, ele ficou nervoso e alegou que não ter ouvido qualquer barulho na casa das vítimas durante o final de semana. Na casa, a perícia da Politec encontrou marcas de chinelo no piso manchado com sangue.

Ao vistoriar os pertences do criminoso, os agentes encontraram um chinelo com as mesmas características das marcas no piso da residência da família e foi confirmado se tratar do mesmo calçado marcado no piso.

Após ser questionado novamente, o assassino confessou ter cometido os quatro homicídios.

Em confissão à polícia, ele deu detalhes do crime. Ele contou que estuprou três das vítimas enquanto elas ainda agonizavam, após serem esfaqueadas por ele.