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Uma pessoa desaparece em Mato Grosso a cada 4 horas

Mato Grosso registra, em média, 6 desaparecimentos de pessoas por dia ou um caso a cada 4 horas. Dados da Secretaria de Estado e Segurança Pública (Sesp) mostram que entre janeiro e junho deste ano foram 1.079 registros formalizados por meio de boletins de ocorrência. Número representa 54% do total do ano anterior, quando de janeiro a dezembro foram 1.973 casos.

Só na Grande Cuiabá, que reúne os registros da Capital, Várzea Grande e Acorizal, o Núcleo de Pessoa Desaparecida (NPD) recebeu 401 denúncias entre 1º de janeiro e a última sexta-feira (8), volume 13% maior que no mesmo período do ano passado, quando ocorreram 353 registros. Do total, 12 pessoas foram encontradas mortas.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado este mês, em 2021 Mato Grosso ocupou o 4º lugar em volume de registros, com média de 53,7 casos a cada grupo de 100 mil habitantes. Em primeiro lugar está o Distrito Federal (67,2), seguido do Rio Grande do Sul (55,6) e Rondônia (54,2). O número apresentou um aumento de 3,7% em todo país. Já os registros de pessoas localizadas caíram 1,6% no último ano.

De acordo com a escrivã Jannaína Paula Brito de Souza Silva, Chefe do NPD, subordinado à Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), do total de desaparecidos este ano, 343 foram localizados com vida, mas 10 homens e duas mulheres estavam mortos. As mulheres vítimas de suicídio e os homens variam entre homicídio, encontro de cadáver ou mortes a esclarecer. Do total, 251 eram homens (62,59%) e 150 mulheres (37,41%).

O NPD é responsável por manter o cadastro atualizado de todos os casos de pessoas desaparecidas do Estado, implementado com a criação do Banco Estadual de Pessoas Desaparecidas de Mato Grosso.

Jannaína destaca que o Estado é um dos poucos com lei estadual de desaparecidos regulamentada. A Lei Federal 13.812/2019 - Lei dos Desaparecidos - foi implementada pela Lei Estadual 11.601/2021.

Entre as principais vítimas estão as com transtornos mentais ou idosos, além de adolescentes com conflitos familiares ou coptados por associações criminosos. Outro destaque vai para as vítimas de facções criminosas que acabam sendo alvos de sequestros seguidos de agressões, torturas, homicídio e ocultação de cadáver.