Polícia

Um dia após ser alvo de operação, delegado entra de férias por 45 dias

Um dia depois de ser alvo da “Operação Insídia”, o delegado regional de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), Douglas Turíbio Schutze, tirou férias de 45 dias. A informação foi confirmada pela Polícia Civil na manhã de sexta-feira (28) ao HiperNotícias. Ele será substituído pelo delegado Carlos Eduardo Muniz, que também trabalha na cidade.

Na quinta-feira (27), policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do delegado, localizada em Sinop. Após a operação, foi ventilado nos bastidores um possível afastamento do delegado. Diante disso, a reportagem entrou em contato com o diretor do interior da Polícia Civil, Walfrido Franklim do Nascimento, o qual não quis se pronunciar.

Procurada, a assessoria de imprensa da Polícia Civil não respondeu aos nossos questionamentos até a publicação da matéria. Nós também não conseguimos contato com o delegado investigado.

Douglas Turíbio é suspeito de ter oferecido vantagem ao delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Flávio Stringueta, para desacelerar as investigações que apura o sumiço de seis pessoas em uma fazenda, localizada na cidade de União do Sul (660 km de Cuiabá).

A autoridade policial teria feito uma intermediação entre o advogado do empresário Agenor Vicente Pelissa, preso na manhã de quinta-feira (27), e o chefe da GCCO disponibilizando uma grande quantidade de dinheiro para desacelerar as investigações. A quantia, no entanto, não foi revelada.

Pelissa é proprietário da Fazenda Promissão. Ele ficou sabendo que a sua propriedade seria alvo de um roubo no dia 18 de abril. Diante disso, o empresário chamou o sargento Evandro dos Santos, que à época era comandante da cidade.

O militar teria ido à fazenda, no dia 18, e trocado tiros com os criminosos. Após as mortes, os corpos dos ladrões teriam sido executados. Os policiais militares João Paulo Marçal de Assunção e Roberto Carlos Cesaro, que também estavam lotados em Santa Carmen, também teriam participado das mortes.

Diante da suspeita, policiais da GCCO passaram a investigar o caso. Pelissa teria ficado sabendo dos trabalhos investigativos e solicitado que seu advogado, que não teve o nome revelado, tentasse de alguma forma prejudicar as investigações.

O advogado teria procurado Turíbio para que ele oferecesse vantagem a Stringueta para desacelerar as investigações.

Após a tentativa de suborno, foi solicitado busca e apreensões na casa da autoridade policial, pedido que foi autorizado pelo poder Judiciário. Na ação policial, foram apreendidos celulares e computadores. Já os três policiais e o empresário foram presos pela Polícia Civil.

Texto: Híper Notícias