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UFMT recomenda uso de máscaras para garantir prevenção à covid-19 após alta de casos

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) informou que acompanha com atenção o cenário relacionado a pandemia de Covid-19 tanto no Brasil como no Estado. Sintonizada com as diretrizes do Comitê de prevenção à covid-19 e do Plano de Ação para realização das atividades presenciais na UFMT, aprovados pelos Conselhos Superiores, a UFMT destaca a necessidade de manutenção de protocolos de saúde para evitar a expansão da doença.

Segundo informações da Agência Brasil, foram registrados 22.637 novos casos entre quarta e quinta-feira. O impacto do crescimento dos casos fez com que algumas medidas fossem retomadas. Uma delas, por exemplo, é a volta da obrigatoriedade de máscaras em aeroportos e aviões.

O reitor da UFMT, professor Evandro Soares da Silva, destaca a necessidade de conscientização da universidade sobre o cenário. “A Universidade precisa se conscientizar que o acometimento da covid-19 tem aumentado no Brasil, em especial, nas capitais como São Paulo. Segundo, é a gente lembrar de toda aquela educação em saúde que tivemos no ensino fundamental das medidas de profilaxia”, enfatiza o reitor.

De acordo com o reitor, é preciso manter medidas de profilaxia para evitar o avanço da doença. “Para que a gente continue no novo normal há necessidade dessas medidas profiláticas, onde a gente precisa usar máscaras, lavar as mãos, usar álcool em gel, todas aquelas medidas que a gente tinha no pico da pandemia para que a gente não volte a ter surto novamente”, ressalta.

Do mesmo modo, a professora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC), Ana Paula Muraro, analisa com atenção o cenário atual para a necessidade do monitoramento de casos.“Continuamos a enfrentar uma pandemia, por isso, o monitoramento dos casos e novas linhagens do vírus SARS-CoV-2 são essenciais para nos orientar nesse cenário. Hoje entre as principais preocupações estão as novas sublinhagens altamente transmissíveis da Omicron que dominam entre os casos positivos da doença no Brasil e em vários países do mundo”, explica a professora Ana Paula Muraro.

Segundo a professora, estudos ainda avaliam sua capacidade de escapar da imunização conferida pelas vacinas e até mesmo de infecções anteriores. “Mas não deixa de ser também uma preocupação a avaliação da gravidade dessas novas variantes. O controle de casos é essencial para evitar casos graves e principalmente óbitos que são hoje evitáveis com medidas simples que já sabemos muito bem”, pontua.

Diante de ambientes com grande trânsito de pessoas, o caminho de prevenção a covid-19 já é bastante conhecido. “O uso de máscaras faciais, bem ajustadas ao rosto e sempre cobrindo nariz e boca é a melhor medida de prevenção, por isso, use máscaras sempre em locais com aglomeração, com ou sem ventilação natural”, relata a professora reforçando a necessidade de adotar a medida também em locais fechados.

A professora Ana Paula Muraro reforça ainda a necessidade de buscar todos os caminhos para conter a transmissão da doença. “A higienização das mãos e manutenção de um distanciamento entre as pessoas também é importante, porém, nem sempre é possível por exemplo em transportes públicos ou outros locais de aglomeração, portanto, lembre-se sempre que a máscara é a melhor ferramenta, reconhecidamente eficaz na prevenção da transmissão”, pontua.

A professora Ana Paula Muraro publicou recentemente estudo na revista Ciência e Saúde Coletiva com dados preliminares de óbitos por região geográfica, local de ocorrência, entre outros fatores. O estudo “Óbitos por Covid Longa no Brasil em 2021” é inédito e avançou para o mapeamento da situação da Covid no Brasil, especialmente em sua modalidade longa.

“Nós estamos realizando estudos que se relacionam aos efeitos a longo prazo da infecção por COVID-19, também verificamos o excesso de óbitos no estado de Mato Grosso em 2020 e 2021, com a pandemia de Covid-19. Acho imprescindível que nos atentemos sempre que as consequência das Covid-19 é maior que as que teríamos s e fosse uma simples gripe”, destaca a professora do ISC.

Para Ana Paula Muraro, a infecção tem se mostrado um risco para óbitos por condições posteriores à infecção, principalmente entre pessoas com os fatores conhecidamente de maior risco para o agravamento da doença na fase aguda, mas não só entre elas. “Mesmo pessoas que apresentaram quadros leves de sintomas na fase aguda têm ainda sofrido sintomas mesmo após três ou seis meses. Entre aqueles que foram internados, a proporção de sintomas persistentes é mais frequente”, relata.

No estudo, a maioria dos óbitos ocorreu entre idosos, entretanto, foi maior a proporção de óbitos entre pessoas de menor faixa etária nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, a alta proporção de registros sem informação sobre escolaridade também foi uma limitação para avaliação desse perfil.

“O pior desfecho, o óbito, também deve ser considerado, e foi esse nosso objetivo no estudo sobre mortalidade por condições posteriores a Covid-19 no Brasil, mesmo sendo uma condição com a normativa de registro publicada apenas em meados de 2021, quase 3 mil óbitos nesse ano tem como causa essas condições. Ou seja, isso nos mostra que não só as consequências durante a fase aguda da doença devem ser consideradas, mas seus efeitos a longo prazo também”, finaliza.

Redação Só Notícias (foto: assessoria)