Polícia

Sorriso: casal suspeito de bárbaras torturas contra bebês em berçário é indiciado

A Polícia Judiciária Civil concluiu o inquérito contra um casal investigado pelos crimes de tortura com castigo, tortura por omissão, ameaça e perseguição. Ao todo, 33 pessoas foram ouvidas, das quais nove são ex-funcionárias, 17 responsáveis legais e sete crianças.

A mulher foi indiciada por cinco crimes de tortura e três de maus-tratos, e o homem por um crime de tortura, cinco de omissão perante tortura e um de ameaça contra ex-funcionária. Ambos têm 44 anos de idade.

“Duas meninas defecaram, sendo uma na própria roupa e outra na fralda. A proprietária esfregou a calcinha e a fralda suja de fezes no rosto delas. Testemunha narra que a proprietária esfregou a fralda com tanta força e por tanto tempo, que chegou a esfarelar o tecido no rosto delas”, relatou a delegada Jéssica Assis, responsável pelo caso.

Há, ainda, relatos de episódios de criança autista que teve areia empurrada em sua boca, de uma criança hiperativa que era amarrada em um toco debaixo do sol, dentre muitos outros.

Conforme a delegada, a Polícia Civil pediu a interdição do berçário, mas o Poder Judiciário indeferiu, pois avaliou que não haviam elementos para isso.

Entenda o caso

O casal tem um estabelecimento onde funcionam um hotelzinho e berçário para atendimento a crianças entre zero e 5 anos de idade, no centro da cidade de Sorriso, e cobrava valores de até R$948,00 por criança.

Entre as agressões narradas pelas testemunhas há relatos de tapas nas nádegas e na boca, mordidas, puxões, golpes com raquetes, empurrões e beliscões contra as vítimas. A alegação era de os atos serviam para disciplinar as crianças. Mas, as agressões eram imputadas a outras crianças, pela proprietária da creche, quando questionada pelos pais.

Além disso, testemunhas e uma das vítimas relataram a existência de um “cantinho do pensamento”, que consistia em um corredor escuro, que dava acesso ao quarto da proprietária, onde ela trancava as crianças que se comportavam mal e as deixava sozinhas, por até duas horas.

Testemunhas contaram ainda ter sofrido ameaças de morte do proprietário do estabelecimento.

Diante das informações coletadas na apuração, a delegada Jéssica Assis representou pela prisão preventiva dos investigados