Com o avanço da colheita da soja e sua entrada na reta final, a semeadura do milho fica próxima de finalizar as áreas esperadas. Assim, a semana anterior acabou com 97,57% dos trabalhos concluídos em Mato Grosso, avanço de 9,25 pontos percentuais (p.p.) em relação à última semana.
No entanto, os trabalhos atuais seguem com atraso de 1,95 p.p. em relação à média dos últimos cinco anos e de 2,43 p.p. ante a safra 19/20, que no mesmo período já contava com 100% das áreas esperadas semeadas.
Assim, o atraso na semeadura pode afetar, negativamente, a produtividade esperada. Com relação às regiões, a nordeste segue como a mais adiantada, tendo 99,47% dos trabalhos concluídos, avanço de 5,00 p.p. na semana.
Por fim, com melhores condições de trabalho a campo, a centro-sul teve o maior avanço semanal (19,48 p.p.), porém, segue como a mais atrasada, atingindo 92,94% dos trabalhos concluídos, seguindo a colheita de soja na região.
- O indicador Imea-MT registrou elevação de 1,49% em relação à semana passada, justificada pela demanda aquecida e menor disponibilidade do grão no estado. Assim, o preço médio do milho disponível ficou em R$ 70,16/sc.
- Na CME o contrato corrente registrou queda de 0,47% em relação à semana passada, após melhora do clima nos principais países produtores da América do Sul.
- As cotações do milho na B3 registraram alta de 2,52% no comparativo semanal, após firme demanda pelo cereal e ofertas restritas no país. Assim, o preço médio ficou em R$ 93,42/sc.
- A constante alta nos preços do estado fez com que a base MT-CME se estreitasse em 49,96% e finalizasse a média semanal com diferença de R$ 2,71/SC entre as praças de MT e Chicago.
PONTO DE EQUILÍBRIO
Foi divulgado pelo Imea os custos de produção para o milho de alta tecnologia da safra 21/22 em Mato Grosso. Assim, foi visto que o custeio para as lavouras de cereal obtiveram alta de 0,74% ante o mês anterior, pautado pelo aumento dos fertilizantes e corretivos (1,15%).
Outro destaque foi o aumento de 2,04% nas operações mecanizadas, o que impactou diretamente no custo operacional efetivo que fechou em R$ 2.808,35/ha.
De outro modo, sabendo que a produtividade é um fator importante para o cálculo do ponto equilíbrio em relação ao custo de produção, é oportuno alertar o produtor que a semeadura tardia neste ano poderá ser um obstáculo, uma vez que as previsões de precipitação estão indicando volumes de chuva abaixo da média para abril.
O que pode comprometer o desenvolvimento da cultura e acarretar menores produtividades no final da safra. Com isso, o ponto de equilíbrio do produtor mato-grossense poderá ser afetado diretamente.