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Presidente da Aprosoja e produtores protestam em frente à PF

Dezenas de produtores rurais e empresários fizeram uma manifestação em frente a sede da Delegacia da Polícia Federal de Sinop em defesa do presidente da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan. Ele, inclusive, estava presente no ato. (Clique aqui e veja o momento da chegada de Galvan)

Galvan foi alvo da Polícia Federal na sexta-feira (20) e teve sua casa, em Sinop, vasculhada pelos agentes. Eles cumpriram determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão atende a um pedido da Procuradoria Geral da República que apontou que o grupo têm convocado a população, através de redes sociais, a praticar “atos criminosos e violentos de protesto às vésperas do feriado de 7 de setembro de2021, durante uma suposta manifestação e greve de ‘caminhoneiros'".

No protesto, Galvan afirmou que apenas busca o "direito de se expressar".

“Estamos buscando o direto da nossa liberdade. O direito de se expressar. É nosso direito e não podemos perder. Por nossa liberdade, estamos pedindo apoio para preservar agora e dos nossos sucessores”, disse ele no protesto.

O presidente do Sindicato Rural de Sinop, Ilson José Redivo, afirmou que o Supremo está impedindo a liberdade de expressão dos produtores rurais. Ele classificou como "arbitrária" a decisão do STF contra Galvan.

“Não [podem] sacrificar como estão fazendo. Cerceando o direito de se expressar, de ir e vir. Estão tirando a liberdade das pessoas pouco a pouco e estamos lutando contra isso. Calam a boca dos líderes e cabresteando a população”, disse o produtor ao site  Só Notícias. 

“[...] Nosso País é pujante, de pessoas ordeiras e trabalhadoras. É um país que tem tudo para ser uma grande nação. Não podemos deixar que uma minoria queira se aproveitar em benefício próprio. A decisão do STF foi arbitrária e só despertou o interesse das pessoas em participarem da manifestação no dia 7 de setembro”, acrescentou.

Na determinação, o ministro Alexandre Moraes ordena que os aparelhos eletrônicas de Galvan sejam apreendidos e que ele preste depoimento acerca das últimas declarações contra o STF à Polícia Federal.

Conforme apurou a reportagem, Galvan ainda não prestou esclarecimentos, mas o depoimento deve ser agendado para os próximos dias.

Seu celular também não foi recolhido, posto que no dia do cumprimento do mandado o produtor rural não estava em casa.

Mandados de busca

O produtor rural entrou na mira do STF após realizar uma reunião em que o cantor Sérgio Reis defendeu o afastamento dos ministros da corte pelo Senado Federal.

No áudio, uma conversa com um amigo que veio a público no fim de semana, Reis disse que "se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria".

Reis também falou de uma reunião que teve com o próprio presidente Jair Bolsonaro e com militares "do Exército, da Marinha e da Aeronáutica", em que informou o que faria.

Na sexta-feira, Alexandre de Moraes proibiu que o presidente da Aprosoja Brasil, o cantor Sérgio Reis de se aproximarem no raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).

Além dos dois, ainda foram alvos dos mandados outras oito pessoas: o deputado federal bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ), o cantor Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como “Zé Trovão”, o cantor Eduardo Araújo, Wellington Macedo de Souza, Alexandre Urbano Raitz Petersen, Turíbio Torres, Juliano da Silva Martins e Bruno Henrique Semczeszm.

O grupo planeja realizar um protesto no dia 7 de setembro, comemoração da Independência do Brasil, justamente na sede dos Poderes na Capital Federal.