PODER EXECUTIVO

Prefeitura, Casa dos Conselhos e voluntários debatem situação de cães de rua

Sabe aquele latido de quem tem fome, sem um lar? Pois é. Ele chama atenção de todo mundo. E para a Prefeitura Municipal é necessário ações que diminuam esse latido doído. Para isso foi realizada no início desta manhã, 19 de fevereiro, uma reunião para tratar da situação de cães de rua em Sorriso.

“A meta é atender, de alguma forma, os animais que hoje estão em situação de rua; por todos os bairros encontramos animais desnutridos, em situação de abandono; temos recebidos muitas denúncias e também pedidos de ajuda de presidentes de bairros e de moradores que atuam como casas temporárias para esses cães”, frisa o presidente da Casa dos Conselhos, Celso Marcon.

O responsável pela Secretaria de Agricultura, Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Sorriso, Nerci Adriano Denardi, pontua que o Município gostaria de poder acolher todos os animais em situação de rua. Contudo, o Abrigo Municipal de Cães e Gatos está lotado. “Estamos novamente ampliando o espaço, construindo novas baias; porém a demanda é muito alta, todos os dias recebemos vídeos de animais em situação de rua, sofrendo maus-tratos, alguns atropelados inclusive”, diz.

Denardi frisa que o Abrigo Municipal deveria funcionar como um local de passagem, com o animal sendo atendido e recebendo os cuidados necessários até encontrar um lar definitivo. “Na prática não é o que acontece; estamos com 220 animais e espaço suficiente para 180; temos muitos registros de pessoas que adotam, se arrependem e voltam a soltar o animal na rua”, detalha.

Hoje, todos os animais que estão no Abrigo são castrados e chipados. “Quando realizamos feiras de adoção encaminhamos somente animais vacinados, castrados, chipados e em boas condições de saúde”, ressalta o gestor.

Para debater esses e outros pontos, as equipes da Prefeitura e da Casa dos Conselhos, estiveram reunidos com voluntários. O casal Denise e Cézar veio de Lins (SP) e trouxe para a pauta um pouco da experiencia que vivenciaram por lá. Hoje, os dois moram em Sorriso. Segundo eles, em sua cidade de origem foram disponibilizadas as “casinhas dos cães” com à disposição trato, e, a partir disso, os animais foram capturados e castrados. Em Lins os dados apontam que  quatro mil animais foram castrados em um ano.

Presente na reunião, o secretário de Administração, Estevam Calvo, também destacou que além de encontrar um local seguro para o animal viver há ainda a preocupação constante com as zoonoses transmitidas por animais sem cuidados. “Nossa preocupação está em encontrar formas de cuidas desses animais e também da população; temos o depoimento de muitas pessoas que acolhem como um lar temporário, mas esses animais – tanto os que estão em lares temporários como os do abrigo precisam de um lar definitivo e estamos buscando soluções”, diz.

A preocupação com a transmissão de zoonoses também é compartilhada pela coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental, Claudete Damasceno, que lembra que cães de rua não são imunizados em campanhas como a antirrábica, o que aumenta o risco de transmissão da raiva. “A meta é que todos juntos – poder público e sociedade, possamos encontrar um caminho viável”, completa.

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Texto: Claudia Lazarotto

Fotos: Divulgação Casa dos Conselhos