Agronegócios

Preço da soja cai e produtores seguram a produção

A comercialização da soja para a safra 2022/23 – 100% colhida – em Mato Grosso, alcançou 66% da produção até abril, avanço de 5,14 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mês passado, aponta o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Apesar do progresso mensal, o volume negociado no mês só não foi maior porque os produtores passaram a segurar as negociações, em razão da queda nos preços da saca no Estado.

“A média do valor da soja mato-grossense, em abril, apresentou baixa expressiva de 13,84% em relação a março e ficou estimada em R$ 119,67/sc, devido à grande oferta de soja neste período, o que tem pressionado os prêmios portuários”, explicam os analistas do Imea.

Já em relação à safra 2023/24, as vendas da oleaginosa avançaram 2,57 p.p. no comparativo mensal, chegando a 9,45% da produção. O ritmo das negociações está 13,07 p.p. atrás do observado no mesmo período da safra passada devido à desvalorização dos preços no mercado internacional. “Em relação ao valor médio do mês, houve queda de 8,82% no comparativo mensal, fechando a R$ 115,07/sc negociada em Mato Grosso”.

EXPORTAÇÕES – A Secex divulgou os dados de exportação do complexo soja, referentes a abril, para Mato Grosso. No mês, foram escoados 4,13 milhões de toneladas (t) de grão, alta de 3,04% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a abril, os envios totalizaram 12,36 milhões de t, recuo de 2,42% no comparativo anual.

“O principal comprador nesse período foi a China, que adquiriu 7,93 milhões de t, participando com 64,11% do total enviado pelo Estado. Além disso, destaca-se que desde o mês de fevereiro a Argentina vem adquirindo produtos do Estado, totalizando 360,44 mil t em 2023, volume inédito na série histórica da Secex”, apontam os analistas do Imea.

Em relação aos subprodutos, os envios de janeiro a abril de farelo e óleo de soja alcançaram 2,18 milhões de t e 180,31 mil t, apresentando +11,22% e -1,48% ante ao mesmo período do ano passado, respectivamente. “Por fim, restam menos de dois meses para começar a safra nova de milho, cenário que tende a aumentar a competitividade nos portos e diminuir o ritmo do escoamento da soja”.