Agronegócios

Milho: 'Não devemos ter problemas de abastecimento no mercado interno', avalia consultor em agronegócio

Projeções indicam que, na atual safra, o Brasil deve superar os Estados Unidos e assumir a primeira posição no ranking de maiores exportadores de milho do mundo. Consultor em agronegócio, Carlos Cogo registra que o país deve enviar para o exterior 50 milhões de toneladas do cereal. Os norte-americanos, em retração, tendem a ficar na casa das 49 milhões de toneladas.

Diante do cenário que se desenha, de que o Brasil deve aumentar o volume de exportação de milho, Cogo fez questão de animar os ânimos do mercado local. De acordo com ele, mais envios internacionais não são — e não deverão ser — sinônimos de desabastecimento local.

milho - eua x brasil

Foto: Renan Aguiar/Canal Rural

“Não devemos ter problemas de abastecimento no mercado interno”, disse Cogo ao ser entrevistado pelo Canal Rural. “Há muito mais relatos de problema de abastecimento em anos de quebra da primeira ou segunda safra do que em função de exportações elevadas”, prosseguiu o especialista ao conversar com a jornalista e apresentadora Pryscilla Paiva durante a edição desta quarta-feira (15) do ‘Mercado & Companhia’.

“Quanto mais exportação, mais estímulo à produção local” — Carlos Cogo

“Um país que exporta em grandes volumes não tem histórico de desabastecimento de milho. Pelo contrário, até estimula ainda mais investimentos em tecnologia, produtividade e área plantada”, prosseguiu o entrevistado. “Quanto mais exportação, mais estímulo à produção local”, exemplificou.

Ao Canal Rural, Cogo deu destaque aos principais destinos do milho exportado pelo Brasil. Ressaltou que após abrir mercado para o produto somente no ano passado, a China já é responsável por 12% da fatia de mercado. O Japão, contudo, aparece na ponta, com 18%.

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Foto: Renan Aguiar/Canal Rural

Milho: exportações x preços

Milho

Foto: Tony Oliveira/CNA

Carlos Cogo também falou sobre os preços do cereal diante da perspectiva de avanço das exportações pelo Brasil. Assim como a questão de abastecimento, ele acredita que os valores das negociações não devem ser alterados. “Não há correlação entre exportação e alta de preço”, afirmou o consultor em agronegócio ao destacar que o mercado segue paridade internacional de importação e exportação.