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Mamografia aumenta as chances de cura do câncer de mama

O câncer de mama é o segundo mais incidente em mulheres do Brasil, como indicam dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), e, para o ano de 2022, foram estimados cerca de 66.280 novos casos pelo órgão.

Os números preocupam especialistas, que defendem que a mamografia é o caminho mais rápido para o diagnóstico precoce. Segundo estudo da UK Age Trial, a técnica é capaz de reduzir até 25% a taxa de mortalidade.

De acordo com o coordenador do curso de Enfermagem da Unic, professor Cauê Pimentel, o fator mais importante para o sucesso nos tratamentos é o estágio em que a doença é identificada. “A estratégia de conscientização destaca a importância do diagnóstico precoce e busca orientar a população feminina sobre as mudanças habituais das mamas em diferentes momentos do ciclo de vida. O exame da mamografia aumenta as chances de cura consideravelmente e os impactos da doença são minimizados”, explica o docente.

O Ministério da Saúde preconiza que o exame deve ser realizado a cada dois anos para o grupo na faixa etária entre 50 e 69 anos – após a menopausa, quando é possível identificar melhor as lesões mamárias e alterações como calcificações, nódulos e tumores. Antes desse período, a densidade das mamas é maior, o que aumenta o risco de resultados falso-positivos e falso-negativos e representa uma exposição desnecessária à radiação.

O especialista ainda destaca que durante o ano de 2020, marcado pela pandemia da Covid-19, muitas mulheres não realizaram o exame de mamografia, uma diminuição de aproximadamente 41% no Brasil. “Portanto, ter cuidado com  a saúde é fundamental, e para as mulheres na faixa etária alvo dos 50 aos 69 anos, realizar a mamografia a cada dois anos é uma ação de prevenção que aumenta a expectativa e qualidade de vida”, reforça o docente.

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) indica que houve crescimento na incidência de casos entre jovens, com o aumento de 2% para 5% das ocorrências nos últimos dois anos, o que representa um alerta para o público de alto risco. Mulheres com histórico familiar da enfermidade em primeiro grau (mãe, irmãs ou filhas que desenvolveram a doença antes dos 45 anos) devem investigar sinais de irregularidades a partir dos 35 anos, com periodicidade anual. “No entanto, em muitos casos, em especial nas mulheres jovens, é dada preferência à ultrassonografia para investigação inicial, em função da maior densidade mamária e do consequente limite da mamografia para avaliar lesões suspeitas nesse grupo”, pontua Pimentel.

© Divulgação/Sociedade Brasileira de Mastologia

PROCEDIMENTO

A mamografia identifica problemas da fase pré-clínica assintomática, quando os nódulos ainda não são palpáveis, o que impede sua detecção tanto em autoexame quanto em consultas com um profissional de saúde. O raio-X é realizado em um equipamento denominado mamógrafo, que permite exames de alta resolução em modo digital ou analógico. Durante o procedimento, as mamas são submetidas a uma leve a moderada compressão.

O tratamento clínico e cirúrgico na fase inicial do câncer permite uma abordagem menos agressiva ou mutiladora em pacientes e aumenta as chances de cura. “Em muitos casos, o câncer de mama pode não ter sintomas na fase inicial. Por isso, realizar exames das mamas regularmente e ter um acompanhamento do profissional de saúde é fundamental”, orienta o docente.