Polícia

Justiça decreta prisão de bolsonarista suspeito de matar lulista

A Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante de Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, que confessou ter matado Benedito Cardoso dos Santos, 44, na quarta-feira (7), por desavenças políticas, em Confresa. Ele é bolsonarista e a vítima, lulista.

A decisão foi assinada pelo juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, da 3ª Vara da Comarca de Porto Alegre do Norte, durante audiência de custódia nesta quinta-feira (8). Ele será indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio cruel.

“Isto posto, sem necessidade de maiores delongas, acolho a representação oferecida pela Autoridade Policial e ratificada pela Representante do Ministério Público Estadual e converto a prisão em flagrante de Rafael Silva de Oliveira em prisão preventiva", narra trecho da decisão.

Conforme o magistrado, a conduta de Rafael foi “reprovável”, uma vez que ele feriu um dos princípios fundamentais descritos na Constituição Federal. “Assim, em um Estado Democrático de Direito, no qual o pluralismo político é um dos seus princípios fundamentais torna-se ainda mais reprovável a conduta do custodiado. A intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie. Lado outro, verifica-se que a liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável”, disse.

Rafael matou Benedito a facadas durante uma calorosa discussão política. O crime aconteceu em uma fazenda a 34 km de Confresa na noite do feriado de 7 de setembro, onde os dois trabalhadores rurais iniciaram uma discussão, cada um defendendo seu candidato.

Conforme Rafael, foi Benedito que tentou lhe atingir com uma facada, mas ele tomou a arma do outro e o perfurou. O corpo de Benedito foi encontrado por uma testemunha na manhã de quinta-feira. 

A pessoa então acionou a Polícia após Rafael aparecer na propriedade rural com comportamento suspeito. Com sangue nas roupas, lesões, cortes nos supercílios e arranhões pelo corpo, Rafael confessou o crime, momento em que foi dada voz de prisão em flagrante.

Nesta quinta, o delegado Victor Oliveira alertou para que os eleitores evitem confronto direto nesse momento de acirramento político. “As pessoas têm que ter mais diálogo, sem agressividade e evitar esse tipo de comportamento. Esse tipo de discussão, se não tiver diálogo, melhor evitar”, disse o delegado.