Polícia

Homem que matou ex confessa e é condenado a 28 anos de prisão

A Justiça mato-grossense condenou a 28 anos de prisão Edésio Alves Assunção pelo assassinato de sua esposa, a técnica de enfermagem Josilane Maria Gomes dos Reis.

A determinação foi proferida pela juíza da Primeira Vara Criminal de Cuiabá, Mônica Perri Siqueira, na tarde desta quinta-feira (28).

"CONDENO O RÉU EDÉSIO ALVES DE ASSUNÇÃO, qualificado nos autos, como incurso nas sanções do artigo 121, § 2º, incisos I, IV e VI, c/c § 2º-A, inciso I, c/c § 7º, inciso III, do Código Penal, com as implicações da Lei nº 8072/90, alterada pela Lei 11.467/2007, à pena privativa de liberdade de 28 (vinte e oito) anos de reclusão, no regime inicial fechado", narra trecho da decisão.

O crime, que ocorreu no em outubro de 2021, foi apreciado pela Justiça em sessão que teve início na manhã desta quinta-feira.

A manifestação das partes em torno do caso se estendeu durante todo o período matutino, com apresentação da defesa e apontamentos do Ministério Público de Mato Grosso, mas a conclusão sobre o crime só foi dada no período da tarde.

Conforme divulgado pela reportagem, a irmã da vítima, identificada como Josiane Aparecida Gomes dos Reis, se manifestou no período da manhã. A testemunha alegou que chegou a morar com a irmã e presenciou ameaças de Edésio contra a vítima.

"Abandonei minha irmã no momento que ela mais precisava. Dessa vez, eu não estava lá para defender. Ela era muito alegre. Não tinha problema que a afetasse. [...] Monstro matou minha mãe. Ele não chama mais de pai. Dudu ficou sem ninguém, ele chora, tem pesadelos", disse emocionada ao relembrar o caso.

Ao se manifestar sobre o caso, Edésio confessou o assassinato, que foi executado mediante facadas citando, inclusive, que o primeiro golpe foi dado enquanto a vítima dormia ao lado de seus 3 filhos.

Ao longo de sua fala, Edésio deu detalhes sobre o momento, revelando que estava "transtornado bêbado e com depressão".

No período da tarde, também houve manifestação por partes dos promotores de Justiça Antônio Sérgio Cordeiro Piedade, Driele de Oliveira Moschio e José Luciano da Silva. Em sua fala, o promotor chegou a apontar que Edésio, pelo seu depoimento, era um "clássico feminicida".

"Ela foi morta porque era mulher e não há de se falar o contrário. Se fosse um amigo, um 'parça' do boteco, ele não agiria como agiu, de forma vil, tortuosa, violadora. Ele não faria isso", apontou.

O caso 

Josilaine Maria Gomes dos Reis era técnica de enfermagem e foi morta a facadas pelo marido, no dia 6 de outubro de 2021. O crime ocorreu em frente aos 3 filhos do casal e gerou grande repercussão devido à forma como a prática foi executada, tendo a vítma morrido ainda na casa.

Após o crime, o homem se esfaqueou, mas sem gravidade. Ele foi preso e confessou o feminicídio. Desde então, as crianças são criadas pelos avós.