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Hanseníase é pauta de formação para ACSs

O Janeiro Roxo tem como proposta debater e desmistificar a hanseníase. Esclarecer o protocolo para identificação da doença; falar sobre o encaminhamento para tratamento via Sistema Único de Saúde (SUS) e sanar dúvidas. Esse é o trabalho realizado ontem e hoje, 26 e 27 de janeiro, pela fisioterapeuta Carla Di Domênico Martins, que ministrou a “Oficina do Protocolo de Hanseníase” dedicada à enfermeiros e agentes comunitários de saúde (ACSs) da rede municipal.

Hoje, 54 sorrisenses estão em tratamento contra a doença. Carla explica que devido à pandemia o número de pacientes em tratamento diminuiu. “Baixou a procura por informações e consultas em relação à enfermidade nas unidades e precisamos estar alerta para saber se houve uma queda real ou se ainda há medo, devido à pandemia, de procurar os serviços de saúde”, pontua.

Além disso, como o tratamento é longo, com variação de seis meses até um ano com uso contínuo de medicação, há muitos pacientes que acabam desistindo. “Quando a enfermidade é diagnostica no início são seis meses de medicamentos; quando já está mais avançada vai até um ano”, frisa. Daí a importância de procurar o serviço de saúde diante de sintomas como manchas na pele que resultam em lesões e perda de sensibilidade na área afetada. Em alguns casos também são relatadas fraqueza muscular e sensação de formigamento nas mãos e nos pés.

“Já nas primeiras horas de tratamento o paciente infectado deixa de ser um agente transmissor da hanseníase”, reforça.

E daí vem a importância de levar informação para todos. “Estamos no Janeiro Roxo, o mês voltado à identificação e cuidado em relação à hanseníase, nesse sentido, desenvolvemos várias ações com as nossas equipes para promover conhecimento e saúde”, diz.

Conforme Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde em 2022, entre os anos de 2016 e 2020, foram diagnosticados no país 155.359 casos novos de hanseníase; 86.225 ocorreram no sexo masculino, o que corresponde a 55,5% do total.

 

Mais formações

Na próxima semana mais dois momentos serão realizados com a presença de enfermeiros e médicos e conduzidos pela dermatologista Juliana Alves Reis. A intenção é ampliar o debate sobre a doença. No dia 31 de janeiro, na sede da Semsas, será realizada a roda de conversa “Prevenção no combate à hanseníase”, das 7 às 11 horas para os médicos. Já no dia 03 de fevereiro a roda de conversa será dedicada aos enfermeiros, também das 7 às 11 horas na Semsas.

 

Janeiro Roxo

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas mais comuns da enfermidade são manchas na pele, resultando em lesões e perda de sensibilidade na área afetada. Em alguns casos também são relatadas fraqueza muscular e sensação de formigamento nas mãos e nos pés. Quando os casos não são tratados no início dos sinais, a doença pode causar sequelas progressivas e permanentes, incluindo deformidades e mutilações, redução da mobilidade dos membros e até cegueira.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, também conhecida como bacilo de Hansen (em homenagem à Gerhard Hansen, o médico e bacteriologista norueguês descobridor da doença, em 1873). O bacilo se reproduz lentamente e o período médio de incubação e aparecimento dos sinais da doença é de aproximadamente cinco anos, segundo informações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

O Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase é celebrado sempre no último domingo do mês de janeiro, o que faz com o mês também carregue o nome de “Janeiro Roxo” especificamente neste ano, a data cai no dia 29.

Imagens

Texto: Decom

Fotos: Reginaldo de Souza