Saúde

Estudo da UFMT aponta que Cuiabá será uma das primeiras cidades a sair da pandemia em Mato Grosso

Foto: G1 Mato Grosso.

Uma nota técnica elaborada por quatro pesquisadores dos Departamentos de Matemática e de Geografia e do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) mostra que o pico de contágio na Baixada Cuiabana será na primeira quinzena de agosto e começará a reduzir lentamente em setembro, fazendo com que o impacto da pandemia diminua, enquanto outras regiões atingirão pico em setembro e o Centro Norte de Mato Grosso, por exemplo, somente atingirá o pico da epidemia em março de 2021.

O estudo, intitulado “Evolução da Covid-19 em Mato Grosso: panorama atual e projeções para as regiões de saúde”, apresenta estimativas com base nos dados entre 20 de março e 30 de maio da Covid-19, divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT). No levantamento, os pesquisadores dividem o estado em 16 regiões.

O estudo lembra que o primeiro caso confirmado de paciente com Covid-19 em Mato Grosso foi registrado em Cuiabá, em 20 de março de 2020. Antes disso, já em meados de março, o poder público, tanto estadual, quanto municipal, adotou medidas de enfrentamento à pandemia. No caso da capital, o prefeito Emanuel Pinheiro anunciou, no dia 16 de março, o Decreto nº 7.839, que instaurou o Comitê de Enfrentamento à Covid-19, entre outras ações emergenciais e temporárias que, posteriormente, foram continuadas, melhoradas e ampliadas.

“Essa adoção precoce de medidas preventivas pode ser uma das responsáveis pelo achatamento da curva epidemiológica do estado entre março e abril”, diz trecho da nota técnica divulgada na plataforma Research Gate.

Conforme o professor Moisés Cecconello, do Departamento de Matemática da UFMT e um dos autores da nota técnica, o isolamento social adotado pela Prefeitura de Cuiabá no início da pandemia foi um fator importante no achatamento da curva de contaminação, evitando o colapso do sistema de saúde, dando tempo para a cidade preparar sua estrutura e evitando um número muito maior de mortes.

Período de cautela

Apesar das estimativas mostrarem que o pico da Covid-19 em Cuiabá e Baixada Cuiabana será em agosto, começando a diminuir no início de setembro, os pesquisadores alertam que após a região atingir esse pico, a curva epidemiológica irá desacelerar de forma lenta, ou seja, a disseminação do vírus permanecerá, mas o número de infectados se espalhará ao longo do tempo até cessar o número casos. “Não significa que após o pico vai tudo voltar ao normal. Vai ir reduzindo de forma lenta, o que vai continuar impactando a vida e a rotina das pessoas”, explica Moisés Cecconello.

O estudioso adianta ainda que irá atualizar a nota técnica com os dados do período da quarentena coletiva obrigatória em Cuiabá e Várzea Grande, adotada desde 25 de junho, o que pode alterar os resultados obtidos até o momento. Segundo ele, até mesmo os resultados da quarentena determinada pelo Poder Judiciário levarão de 10 a 15 dias para serem sentidos pela população, pois é o tempo médio que o novo coronavírus (SARS-Cov-2) leva para se manifestar no organismo da pessoa e ela procurar atendimento médico. Saiba mais.

Texto: G1 MT