Agronegócios

Comercialização da soja teve ritmo lento em setembro. Produtor centra atenções no plantio

Setembro foi de poucas alterações nos preços e de ritmo lento na comercialização da soja no mercado brasileiro. Os pontos que formam a cotação doméstica andaram em direções opostas, prejudicando as negociações. Bem capitalizado, o produtor se retraiu e foca no início do plantio da nova safra.

A saca de 60 quilos recuou de R$ 184,00 para R$ 183,00 em Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), a cotação baixou de R$ 183,50 para R$ 183,00 em setembro. No Mato Grosso, na região de Rondonópolis (MT), o preço caiu de R$ 173,00 para R4 170,00. No Porto de Paranaguá, o preço seguiu em R$ 190,00.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com entrega em novembro acumularam perda de 0,83% no mês até o fechamento do dia 2, a US$ 14,10 ¾ por bushel. O mercado sentiu o impacto sazonal do início da colheita nos Estados Unidos e da previsão de um aumento consistente de área na América do Sul.

As commodities agrícolas também tiveram um mês de muita pressão vindo do mercado financeiro. O temor de recessão global criou um clima de aversão ao risco, fazendo os investidores procurar por opções mais seguras.

Este quadro ajudou a sustentar o dólar frente ao real, fator que dá competitividade ao produto brasileiro e contribuiu para amenizar o impacto negativo de Chicago. O dólar comercial subi 3,7% no mês até quinta, pulando para a casa de R$ 5,393.

Para outubro, as atenções dos produtores brasileiros se voltam para o plantio da maior área da história no país. Com clima regular – mas ressalvando que é ano de La Nina -, a safra brasileira poderá superar 150 milhões de toneladas.

Plantio

O plantio da safra de soja 2023/23 do Brasil atingiu 2% da área total esperada até o dia 23 de setembro. A estimativa parte de levantamento de SAFRAS & Mercado. A semeadura iniciou acelerada nesta temporada superando o total plantado em igual período do ano passado e acima também da média dos últimos cinco anos, ambos indicados em 0,8%.

No estado do Paraná, o plantio já chega a 9%, superando o total semeado em igual período do ano passado (4%) e a média (4%). No Mato Grosso, o total plantado é de 2%, acima do ano anterior (1%) e da média (1%). O plantio também teve início no Mato Grosso do Sul, com 2%. No ano passado o cultivo ainda não havia iniciado.

Os produtores brasileiros de soja deverão cultivar 42,88 milhões de hectares em 2022/23, a maior área da história, crescendo 2,6% sobre o total semeado no ano passado, de 41,8 milhões.

Com uma possível elevação de produtividade, de 3.027 quilos para 3.550 quilos por hectare, a produção nacional deve ficar acima da obtida nesta temporada. A previsão inicial é de uma safra de 151,5 milhões de toneladas, 20,3% maior as 125,88 milhões de toneladas colhida este ano.


Autor: Agência Safras