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Audiência discute criação de mais escolas cívico-militares em MT; governo do Estado quer 14 novas

Uma audiência pública foi realizada na Assembleia Legislativa para debater a implantação de novas escolas cívico-militares em Mato Grosso. A discussão gira em torno do projeto encaminhado pelo governo do Estado, que quer ampliar o número de unidades, já a partir de 2024.

A proposta foi lida em plenário da Assembleia Legislativa, no dia 6 de setembro. Porém, o texto recebeu um substitutivo integral, de autoria da Comissão Permanente de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura e Desporto. No evento desta manhã, o debate colocou frente a frente autoridades públicas e a sociedade preocupadas com a militarização escolar. A proposta é voltada para o ensino fundamental e médio.

A secretária-adjunta de Gestão Regional da secretaria estadual de Educação, Mozara Guerreiro, afirmou que a proposta do governo deve implantar no 1º ano pelo menos 14 escolas cívico-militares. Segundo ela, a intenção da Seduc é de atender as escolas mais vulneráveis, principalmente, no quesito violência. “Hoje, a Seduc tem esse mapeamento”, disse.

Segundo a adjunta, o foco do governo é atender os alunos oriundos de famílias vulneráveis financeiramente. “A Seduc tem mapeamento das escolas mais violentas. As escolas podem ser criadas ou transformadas. A gente vai começar com essas unidades escolares, mas antes vamos fazer uma consulta aos pais para saber se querem que a escola seja transformada em cívico-militares”, disse Guerreiro.

Ela também descartou a presença de militares em sala de aula. Segundo Guerreiro, o militar precisa ter qualidades pedagógicas. A contratação será feita por meio de seleção. “Eles não serão professores, os militares serão lotados na coordenação. Mas eles vão participar da construção pedagógicas da escola. A remuneração deles será de responsabilidade da Seduc e não da Secretaria de Justiça”, afirmou Mozara Guerreira.

O projeto encaminhado pelo governo do Estado não previa a realização de seletivo para admissão de estudantes. Já o substitutivo estabelece que o ingresso dos alunos será por seletivo anual, podendo, inclusive, ser cobrada uma “taxa simbólica” de inscrição.

Ainda propõe 20% das vagas para dependentes legais de policiais militares e membros do Corpo de Bombeiros e 5% para pessoas com deficiência. O restante das vagas será destinado a candidatos por ampla concorrência. O projeto também define que só poderão ter escolas cívico-militares as cidades que tenham, ao menos, duas unidades escolares do Estado.

Redação Só Notícias (foto: assessoria)